quinta-feira, 30 de abril de 2009

Compras I


A loja Du Pareil ao même está com uns artigos em promoção para todos os tamanhos da criançada (-20%-30%-40%). As peças são da colecção do ano passado, estão a fazer escoamento de stock por isso os descontos.

Passei pela loja da Av. de Roma e comprei umas coisinhas para a Maria Rita, finalmente consegui cores que fogem aos rosas e vermelhos!!! Valeu a pena.

P.S. as promoções são só até ao fim-de-semana.

Neste sitte poderão ver algumas peças mas não todas: http://www.dpam.com/

Leituras III


"A camaradagem, o companheirismo, às vezes, parecem amizade. Os interesses comuns por vezes criam situações humanas que são semelhantes à amizade. E as pessoas também fogem da solidão, entrando em todo o tipo de intimidades de que, a maior parte das vezes, se arrependem, mas durante algum tempo podem estar convencidas de que essa intimidade é uma espécie de amizade. Naturalmente, nesses casos não se trata de verdadeira amizade. Uma pessoa imagina que a amizade é um serviço. O amigo, assim como o namorado, não espera recompensa pelos seus sentimentos. Não quer contrapartidas, não considera a pessoa que escolheu para ser seu amigo como uma criatura irreal, conhece os seus defeitos e assim o aceita, com todas as suas consequências. Isso seria o ideal. E na verdade, vale a pena viver, ser homem, sem esse ideal?


E se um amigo falha, porque não é um verdadeiro amigo, podemos acusá-lo, culpando o seu carácter, a sua fraqueza? Quanto vale aquela amizade, em que só amamos o outro pela sua virtude, fidelidade e perseverança? Quanto vale qualquer afecto que espera recompensa? Não seria nosso dever aceitar o amigo infiel da mesma maneira que o amigo abnegado e fiel? Não seria isso o verdadeiro conteúdo de todas as relações humanas, esse altruísmo que não quer nada e não espera nada, absolutamente nada do outro? E quanto mais dá, menos espera em troca? E se entrega ao outro toda a confiança de uma juventude, toda a abnegação da idade viril e finalmente oferece a coisa mais preciosa que um ser humano pode proporcionar a outro ser humano, a sua confiança absoluta, cega e apaixonada, e depois se vê confrontado com o facto de o outro ser infiel e vil, tem direito de se ofender, de exigir vingança? E se se ofende e grita por vingança, era realmente amigo, o traído e abandonado? "


Sándor Márai, in 'As Velas Ardem Até ao Fim'

Bartok

Os bichos são famíllia. Mesmo os bichos com que passamos a vida em embirrar, porque têm mau feitio. Porque também na nossa família temos pessoas com as quais andamos sempre às turras, mas gostamos delas.
O Bartok nunca foi muito meu amigo, quando veio para casa ainda existia nas nossas vidas o Xereta. Ele como macho dominante aproveitou-se da fragilidade do Xereta nos últimos anos de vida e ainda o mordeu umas vezes. Eu como apaixonada pelo meu Cão não achei muita piada, então confesso que guardei uma mágoa pequenina...
Mas mesmo com mau feitio, de lobo mesmo, era um dos membros da nossa família e fez parte dela durante 12 anos. Era um cão lindo quando foi para a nossa casa. Uma bola de pêlo com a língua de fora, é assim que me recordo dele em bébé.
Os meus pais gostavam muito dele e estão tristes, mas sabiamos que ele ia partir e pelo menos não sofreu e ainda deixou uma marquinha no braço da minha mãe para provar a sua vitalidade mesmo no leito da morte :)
Agora vê lá quando chegares ao céu dos bichos porta-te bem, que o Xereta aí tem lugar de Pai. Respeitinho.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Vieste

Hoje vi-te.

Hoje vi como as tuas mãos se parecem com as minhas. Tens os dedos compridos e finos.

Tu és um pouco de mim, um pouco do teu pai e nas tuas 700 gramas um Mundo cheio e inteiro.

Enches-me e preenches-me.
e daqui a três meses virás...


Arrumações

"A casa dos meus avós tem um cheiro característico, cheira a infância, a gargalhadas soltas e brincadeiras, a correrias descalças na relva molhada onde o corpo se alimentava apenas da energia da terra, cheira a cal dos muros límpidos acabados de pintar pelo meu avô, a saltos e a bolos que só a Vô sabia fazer, cheira a família, a saudades e a memórias para sempre.

As minhas memórias arrumam-se nas divisões e andares da casa dos meus avós.

Sempre fui apaixonada por sótãos, muitas vezes sonhei que os meus pais construíssem uma casa e me deixassem fazer do sótão o meu quarto. Isto porque me persegue a ideia que é neles que guardamos o passado que é bom de se recordar. Guarda-se em baús de sonhos carregados de trapos, fotografias, cartas, lembranças de onde viemos, de quem fomos e de quem somos. É no meu sótão imaginário que guardo com carinho todos os momentos e histórias que num puzzle complexo constroem um pouco da minha história. É nele que te guardo…

Mas nada como uma boa arrecadação numa casa, durante anos e anos amontoamos uma diversidade de coisas que achamos que um dia podem vir a ser necessárias, mas que de facto nunca servirão para nada. De tempos em tempos precisamos de espaço para novas coisas velhas que nunca irão também ser precisas, chegada a hora da limpeza compreendemos que o que tínhamos revelasse inútil e deitamos fora.

Da mesma forma se processa o meu depósito das memórias recicláveis. Nem toda a vida infelizmente se constrói de coisas boas, algumas mais amargas guardo-as na minha arrecadação, chegada a hora da limpeza analiso todas as que podem ser finalmente arquivadas no meu sótão, porque até se revelam mais doces e, as outras, inúteis vão fora.

Conheci-o numa fase da minha vida em que finalmente o ar que respirava estava limpo: de ódios, de inimizades, de paixões mal resolvidas, sótão e arrecadação bem arrumadas.

A receita para o “bolo” desta fase assenta em alguns ingredientes básicos: Amar, Amar e Amar –ME. Não podemos considerar que seja egoísmo da minha parte, mas sim uma necessidade. Sempre que as minhas relações amorosas tiveram o ponto final (.) tentei fazer após longos dias de sofrimento o balanço das ditas, concluindo sempre passados poucos segundos que o mistério para a minha incompetência para manter uma relação baseava-se na falta de amor por mim mesma. Resolvi então apostar em amar-me a mim, justo certo?"


texto redigido em Agosto de 2005


Passados quase 4 anos a minha vida tem um novo amor, precisa de espaço e de ar saudável para respirar. Como mãe achei que estes dias que ainda me posso mexer tem de servir para arrumar. Arrumar a arrecadação, os armários, as gavetas, as memórias, os desejos, os projectos e os sonhos...

Estou a centrar as minhas energias para a chegada da minha filha, quero que ela tenha ideia de um Mundo à sua volta arrumadinho. Deixo o caos para mais tarde.
Quero-me "despir" do acessório e centrar-me no essêncial. Espero estar a fazer as melhores escolhas, mas vou sem medo.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sugar Free


Como já referi, os diabetes gestacionais estão a limitar-me o consumo de várias iguarias que eu confesso que não tinha a noção do quanto me fazem falta. Um delas é o chocolate.

A Maria Rita gosta, nem é por mim é por ela :) Mas por nós não posso., ou melhor, não podia.

Fui às lojas das pessoas das dietas, aquelas que deveria pisar há mais tempo e voilá!!! Chocolates sem açucar, bolachas sem açucar, waffles de chocolates sem açucar. Um novo mundo se abriu para mim.

Crochet Mode


Estás dentro da minha barriga, aninhada no teu Mundo que também é tão meu. Protegida do frio, amortecida desta vida que vais ter de enfrentar.

Penso muitas vezes como vai ser dificíl deixares de cá estares, tão perto, tão guardada e tão minha.

Quando a tua liberdade chegar e o teu corpo estiver fora do meu a mãe não vai deixar que sintas fome, sintas medo pelos ruídos tão altos, te assustes com a luz e as sombras e, que não tenhas frio.

Por isso estou em Crochet Mode... vou fazer-te a tua manta, que vai ter o meu cheiro para tu te sentires sempre próxima quando dormes.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Pedido ao meu Cão

Xereta,
Sei que queres companhia ai no céu dos animais, mas podias esperar mais um bocadinho que o Bartok não devia deixar a Ava sozinha...

Emir Kusturica

No passado dia 18 de Abril fui parar ao concerto do Emir Kusturica. Advinhava-se um serão frenético, temi pelo bem-estar da Maria Rita :)

Assusta-me o facto de ela não ter dado um pontapé durante o concerto...ela já reage aos sons fortes. Quer-me parecer que vou ter uma petiz bem electrica, porque deve ter ficado embalada com o "sonzinho".



Calminho não é...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mensagem à Maria Rita

Filha estás aqui para ser feliz...



P.S. Faz me sempre umas lagrimitas ver este anúncio.

Apetece-me dançar...

Tenho algumas saudades de há uns anos atrás quando ia com os meus amigos e irmão sair para dançar a noite inteira. O suficiente para me deixar animada por muito tempo.

Confesso que fui perdendo a vontade, até o jeito. Mas sentia-me verdadeiramente feliz. Esta música anda a chamar por mim :)



Tia Pipa bora abanar o capacete....

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Voltei

Lá estava mais quentinho, aqui parece que alguém se esqueceu do frigorifico aberto.
Lá estava com saudades de cá, cá estou com saudades de lá.
As férias têm estas coisas, sabem sempre a pouco.

domingo, 5 de abril de 2009

Vou ali...


...e já volto!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Só me faltava...

Moerem-me o juízo!!!

Leituras e algo mais...(II)

"Pretend you´re happy when you´re blue
 It isn´t very hard to do.

- Escuta, Shimamoto-san-disse eu-, quando te foste embora, pensei muito em ti. Durante seis meses, de manhã à noite, não fiz outra coisa senão pensar em ti. Tentei que isso não acontecesse, mas sem conseguir. E cheguei a uma conclusão. Não posso viver sem ti. Não quero voltar a perder-te. Não quero voltar a ouvir as palavras "uma temporada". além de detestar a expressão "talvez". Passas a vida a dizer que, durante uma temporada, não nos podemos ver, e a seguir desapareces. Ninguém pode ter a certeza se regressarás ou não. Pelo menos eu não tenho. Pode muito bem aontecer que nunca mais regresses, e eu terei de acabar os meus dias sem ter a possibilidade de te rever. E confesso que esse pensamento é, aos meus olhos, insuportável. Caso isso acontecesses, a vida à minha volta perderia o sentido.

Shimamoto olhou para mim sem dizer nada, limitando-se a sorrir. Nos seus lábios desenhava-se o sorriso do costume, que não me permitia ir para além das aparências. Perante aquele sorriso, tinha a sensação de me perder, de não compreender os meus próprios sentimentos. Por breves momentos fiquei sem saber quem era e perdi a noção do espaço. Por fim, lá consegui encontrar as palavras que me permitiram continuar.

- Amo-te- confessei-, disso estou perfeitamente certo. Ninguém poderá substituir o sentimento que tenho por ti, um sentimento muito especial que não quero voltar a perder. Desapareceste da minha vida por mais uma vez, mas isso não pode voltar a suceder. Nestes últimos meses, dei-me conta do erro que foi ter-te deixado partir. Gosto sinceramente de ti e não quero que voltes a abandonar-me."

in A sul da fronteira, a oeste do sol.
                                             Haruki Murakami        

Dieta...

Estou com um humor de boi! Hoje fui à médica e tenho de fazer dieta, restrições alimentares, evitar comer alguns alimentos, enfim, chamem-lhe o que quiserem, eu chamo-lhe MARTIRIO.

Eu não mereço, é mesmo a cereja em cima do bolo. A Maria Rita vai sentir-se tão infeliz e vai nascer com cara de chocolate, de fruta de jeito, de carne boa, de tudo...A mãe da Maria Rita vai andar de burro atado, porque se alguma coisa que ainda me anime é uma boa paparoca. Nem precisa de ser muita, porque não ando a comer quase nada...mas um bom  pitéu. 

Estou mesmo trite. 

Vês filha, ainda estás aí dentro e já me começas a dar dores de cabeça.

Dieta, Dieta, raios!!!