segunda-feira, 28 de junho de 2010

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eu podia ficar quieta, eu tenho todas as oportunidades de o fazer. posso cruzar os braços e esperar. eu posso fechar os olhos e desejar que o sonho bom acabe. se eu fosse da terra e não pertencesse às nuvens...eu podia.

eu podia deixar o lamento e agarrar apenas o riso que está preso pela timidez do momento. podia deixar de pensar. viveria apenas e seria mais fácil, ou não. podia não empilhar tudo no mesmo monte à espera que quando o vento realmente chegar tudo se desmorone, castelo de cartas.

a minha estupidez tolda-me os pensamentos e agarro-me a tudo à minha volta escorregando-me muitas vezes as mãos. a puta das reticências não sai do meu discurso e eu já disse que quero vírgulas e pontos finais. depois leio-me e apago-me, digo e contradigo. na minha vida não devia haver computadores e deletes, queria as canetas de tinta permanente, as que me borram as mãos pela minha pouca habilidade enquanto canhota, ou mesmo pela minha incapacidade motora, desajeitada mesmo, nem SMS, mas a voz trémula horas a fio, nem mails, nem o diabo dessas tecnologias todas que me vieram tornar menos definida.

agora vou ali ver se esta semana passa e eu a apanho, que isto de andar a ver passar navios começa a ser permanente. o "vou andando" tem de andar mesmo e a minha filha precisa que lhe mude a fralda.

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