quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ando a sarar as feridas cedo demais...

Há duas semanas magoei-me, quando o faço as feridas assumem todo o seu esplendor. Ficam com um ar ruim, dos que fazem perguntar: o que se passou contigo? Se é para fazer uma ferida que me deixe em carne viva, com sangue, coisas a sair lá de dentro, ossos a descoberto se for preciso...e não sou das que passam Betadine, cicatrizantes e coisas do gênero, é deixar ao ar e deixar passar.

Deixar ao ar, exposta, perto da vista dos que me cruzam e principalmente da minha para me lembrar.

Há duas semanas magoei-me e fiz uma ferida, hoje apenas uma mancha menos bronzeada, vai-me acompanhar o inverno todo e para ela vou olhar e sorrir, porque já não é uma ferida.

As marcas que trago comigo de todas as feridas que sararam fazem-me pensar que as curo rápido demais. O meu processo de cicatrização é estridente, rápido e eficaz. O que me magoa rapidamente passa a ser uma pequena mancha deslavada num qualquer pedaço de corpo.

Hoje lembrei-me que há uns meses pensava que era incapaz de tatuar o meu corpo, marcá-lo para sempre, porque não acredito em nada para sempre... Hoje decidi que o vou fazer, vou tatuar o meu corpo para me lembrar sempre que há coisas que não podem sarar, que tenho de deixar de fazer feridas pelo meu corpo, mas sim marcas boas, que também elas me façam sorrir, mas sem magoar!

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