sexta-feira, 2 de julho de 2010

Trago a vida presa por uma trela.

- Não te cansa essa tua inquietude? Escuta-me. Já te disse para parares um minuto! Não há razão para isso. Deita-te e deixa-te cair nos meus braços até ser outro dia. Eu dou-te a segurança que estas horas precisam e se tu fechares os olhos vais ver que tudo pára lá fora. Prometo que será tudo sincero, deixemos-nos cair neste precipício a pique, mas juntos. Não quero que me digas nada, a tua vida deixa-a presa por uma trela no poste à porta da minha casa, não foge. Se vais começar a chorar é bom que vás para a casa de banho porque não gosto de confrontos com sentimentos. Gosto muito de ti, mas só de vez em quando, um pouco, o suficiente para te querer prender, o insuficiente para te querer ter. Quero-te neste limbo o tempo que durar. Não sei pelo que esperas, os lençóis ainda são os mesmos da outra noite e a porta está aberta.

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