terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Relacionamentos


A mãe hoje tirou um bocado do dia para te falar de relações. É dos assuntos mais complicados que conheço, estou quase com 30 anos e sei que nem daqui a 50 vou entender as relações entre as pessoas. Mas posso te dar umas dicas...

Considero que devemos estar sempre de coração aberto, porque todas as pessoas que passam na nossa vida deixam uma marca, que mesmo que no momento não consideres muito importante, um dia mais tarde irás olhar para trás e dar o verdadeiro significado. Mas o ideal será saberes olhar sempre para quem está ao teu lado como fonte de sentimentos, emoções, experiências, como vida!!! Se o conseguires fazer serás ainda mais especial, porque vai dar importância às pessoas que estão contigo.

Mesmo quem não nos quer tanto bem, tem um lugar na nossa vida, pois nos ensinarão que o mundo não é só fadas e contos encantados com castelos nas nuvens...também há um lado menos cor-de-rosa, mais cinzento, mas que também faz falta. O sol é  importante e brilha-nos com a sua energia, mas sem a chuva nos dias menos bonitos não viveriamos. O que a mãe te quer dizer é que também nas relações há dois lados: o bom e o mau. 

Durante a vida da mamã foram passando muitas pessoas, algumas que ainda estão ao meu lado, outras que foram ficando por outros caminhos. Todas elas fizeram de mim o que sou hoje, todas elas me ensinaram que há sempre um lado bom em todas, que se me magoaram algum dia é porque precisam que as perdooe. Não vejo o perdão como uma virtude divinal, apenas como uma forma de me sentir mais feliz. Graças a ele a mãe não fica para sempre triste com as pessoas que, por algum motivo, deixaram por momentos de serem as especiais.

A amizade é tão boa bebé, quando gostam de nós e há troca, quando a nossa vida se cruza e liga com outras vidas. Saímos mais ricos, mais sábios, mais felizes. Não somos ninguém sem amarmos e sermos amados, seriamos apenas pó...

A mãe não se cansa das pessoas, das relações, das amizades, dos seus amores... às vezes dói, mas é sinal que estamos vivos. E bom mesmo é quando sabemos que não estamos sós.


"Aqueles que passam por nós não vão sós.

Deixam um pouco de si levam um pouco de nós"


“ A raposa calou-se e ficou a olhar para o principezinho durante muito tempo.

- Se fazes favor… Cativa-me! – acabou finalmente por pedir.

- Eu bem gostava – respondeu o principezinho, - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer…

- Só conhecemos o que cativamos – disse a raposa – Os homens deixaram de ter tempo para conhecer o que quer que seja. Compram as coisas já feitas aos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens deixaram de ter amigos. Se queres um amigo, cativa-me!

- E tenho de fazer o quê? – disse o principezinho.

- Tens de ter muita paciência. Primeiro, sentas-te longe de mim, assim, na relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas podes-te sentar cada dia um bocadinho mais perto…

O principezinho voltou no dia seguinte. -

Era melhor teres vindo à mesma hora – disse a raposa.

- Por exemplo, se vieres às quatro horas, às três, já eu começo a estar feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sinto. Às quatro em ponto hei-de estar toda agitada e toda inquieta: fico a conhecer o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca vou saber a que horas hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito… Precisamos de rituais.”


Antoine de Saint-Exupéry

muita tinta irá correr sobre este assunto babe...

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