Quando te pensava perdida no tempo, voltavas e roubavas-me mais um pouco do que restava. Sorvias-me as memórias e deixavas-me o vazio. Esse vazio que sinto todos os dias, bate à porta pela manhã, entra sem pedir licença e senta-se no velho sofá que guardo porque tem o teu cheiro, os teus sonhos nele repousados e o nosso entrelaçar de corpos pelas noites em que os filmes ficavam a meio e as histórias dos outros perdiam o interesse, porque viviamos a nossa.
Repetem em espiral os teus lábios já exaustos, rasgados de sorrisos que se perdem na minha cabeça:
"Deixa-me viajar por ti e voltar a ser quem éramos, na esperança de voltar a ser quem sou".
Sem comentários:
Enviar um comentário