quinta-feira, 18 de junho de 2009

Volver

Ela chegou de mansinho e disse que tudo o que queria mais na vida era dormir no seu colo morrer nos seus braços. Ele aninhou-a nos seus braços como quem abraça a paz e assim ficou em silêncio vendo o tempo passar, porque há gestos que valem mais do que tudo. Ela procurava palavras, porque sem elas não conseguia ver para além dos seus olhos, pedras de xisto.

Ele vivia como as ondas de mar, vinha e ia sem avisar. Roubava-lhe os dias como quem desfaz os castelos de areia. Com a força da maré rasgava-lhe os sonhos e a esperança.

Ela vivia como as nuvens, em altitude extrema raramente tocava a terra. Roubava os seus dias com ilusões junto de promessas que pairam no ar.

Eles perderam-se no tempo...porque há histórias que se perdem porque se têm de perder. E por vezes tem de se morrer muitas vezes, até se matar uma história.