terça-feira, 25 de maio de 2010

De pedra e cal

A flores que me deste, no dia em que me vieste lamber as feridas, hoje morreram. Mudei-lhes a água todos os dias. Limpei o jarro. Cuidadosamente, todos os dias. Dei-lhes sol, dei-lhes sombra. Começaram a ir-se embora uma a uma. Eram já só três. Como nós. Gosto de flores. Queria que tivessem sobrevivido para sempre. Entendi que quero flores no meu jardim. Flores com raízes de verdade. Essas não as irei colher. Quero vê-las crescer. Quero vê-las morrer. Mas sempre com raíz. De pedra e cal.

1 comentário:

Filipa M. disse...

Beijinho bom para si!! :)))