terça-feira, 19 de maio de 2009

De volta!


A saudade que trago comigo cada vez que me vou embora de São Miguel é cada vez maior, a vontade de ficar é igual...

Sei que não é fácil para um continental viver nas ilhas. Sei que o inverno é penoso. A sensação de haver um limite que não podemos transpor pode apavorar. Os dias que de luminosos passam a cinzentos, do sol nasce a chuva, numa incerteza constante, podem deprimir uma pessoa. Mas eu nessa instabilidade sinto-me tranquila, em Casa.

A vida dará muitas voltas e ainda terei de andar por muitos caminhos, mas é lá que quero a minha meta. Imagino-me daqui a 30 anos, numa casa na Caloura, rodeada de verde e de mar, de silêncio e da brisa, a receber a minha família espalhada pelo Mundo, os meus amigos, a mim.

Como na música cantada pela eterna Elis:

"Eu quero uma casa no campo,

Onde eu possa compor muitos rocks rurais.

E tenha somente a certeza,

Dos amigos do peito e nada mais.

Eu quero uma casa no campo.

Onde eu possa ficar no tamanho da paz.

E tenha somente a certeza,

Dos limites do corpo e nada mais.

Eu quero carneiros e cabras pastando solenes,

No meu jardim.

Eu quero o silêncio das línguas cansadas.

Eu quero a esperança de óculos

Meu filho de cuca legal.

Eu quero plantar e colher com a mão,

A pimenta e o sal.

Eu quero uma casa no campo,

Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé.

Onde eu possa plantar meus amigos,

Meus discos e livros,

E nada mais..."


2 comentários:

Filipa M. disse...

sou mesmo burra!!

Só li o texto de cima e fui-te perguntar se já tinhas voltado!!

Estás a ver??? Eu leio o teu blog muitas vezes!!! :D

António disse...

Esqueceste-te de referir que o silêncio é parcial, porque a partir das 16h começa a religiosa prática de SINGSTAR!