A saudade que trago comigo cada vez que me vou embora de São Miguel é cada vez maior, a vontade de ficar é igual...
Sei que não é fácil para um continental viver nas ilhas. Sei que o inverno é penoso. A sensação de haver um limite que não podemos transpor pode apavorar. Os dias que de luminosos passam a cinzentos, do sol nasce a chuva, numa incerteza constante, podem deprimir uma pessoa. Mas eu nessa instabilidade sinto-me tranquila, em Casa.
A vida dará muitas voltas e ainda terei de andar por muitos caminhos, mas é lá que quero a minha meta. Imagino-me daqui a 30 anos, numa casa na Caloura, rodeada de verde e de mar, de silêncio e da brisa, a receber a minha família espalhada pelo Mundo, os meus amigos, a mim.
Como na música cantada pela eterna Elis:
"Eu quero uma casa no campo,
Onde eu possa compor muitos rocks rurais.
E tenha somente a certeza,
Dos amigos do peito e nada mais.
Eu quero uma casa no campo.
Onde eu possa ficar no tamanho da paz.
E tenha somente a certeza,
Dos limites do corpo e nada mais.
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes,
No meu jardim.
Eu quero o silêncio das línguas cansadas.
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal.
Eu quero plantar e colher com a mão,
A pimenta e o sal.
Eu quero uma casa no campo,
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé.
Onde eu possa plantar meus amigos,
Meus discos e livros,
E nada mais..."
2 comentários:
sou mesmo burra!!
Só li o texto de cima e fui-te perguntar se já tinhas voltado!!
Estás a ver??? Eu leio o teu blog muitas vezes!!! :D
Esqueceste-te de referir que o silêncio é parcial, porque a partir das 16h começa a religiosa prática de SINGSTAR!
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